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Comunicado n.º 06/2021 Infeção pelo novo Coronavírus (COVID-19)

Data

As Orientações da DGS preveem que os residentes em ERPI possam sair da Instituição, por períodos inferiores a 24 horas, nomeadamente para realizarem tratamentos ou por necessitarem de assistência médica.

Preveem igualmente outras saídas, para realizarem atividades, também dentro do mesmo período temporal, de utentes autónomos ou com acompanhamento familiar.

Com as medidas progressivas de desconfinamento da população decretadas pelo Governo, temos tido cada vez mais solicitações dos nossos utentes, sobretudo daqueles que desfrutam de maior autonomia, para se ausentarem da Instituição de forma a realizarem diversas atividades, nomeadamente idas a espaços comerciais.

A Direção do CBESQ, ciente de que com estas saídas estamos a realizar entradas no ambiente isolado da ERPI, vindas do exterior, com risco elevado de contactos covid, solicitou ao médico da Instituição, Dr. António Branco, que se pronunciasse sobre esta questão. As suas recomendações constam do anexo a este comunicado.

Não tomar medidas restritivas relativamente a este assuntou é assumir o risco de contágio interno acrescido, podendo hipotecar todos os esforços dos últimos meses.

Agradecemos a vossa melhor compreensão e colaboração no respeito pelas recomendações do Dr. António Branco, pois são indispensáveis para a proteção de todos, principalmente dos nossos utentes que são mais vulneráveis e que precisam de cuidados permanentes de terceiros.

Bem-haja!

Queluz, 9 de abril de 2021

Fernanda Braz

Presidente da Direção

ANEXO

Caros Residentes e Familiares de Residentes,

Recentemente, o CBESQ tem vindo a ter cada vez mais solicitações dos seus utentes para sair.

Estamos todos cansados da pandemia, mais ainda aqueles que se têm mantido isolados de familiares e amigos.

Mas a pandemia ainda aí está.

E podemos ainda não ter chegado ao seu pico.

À data de hoje (09-04-2021), havia 825.633 casos de infeção por covid confirmados e estariam vacinados – com as duas doses da vacina – cerca de 1.160.000 cidadãos. Se a imunidade de quem foi infetado ou de quem fez a vacina fosse eterna teríamos 825.633+1.160.000=1.985.633 cidadãos imunes (se a estes excluirmos os 16.899 óbitos, teremos 1.968.734). No entanto, muitos dos que fizeram a vacina estiveram infetados (foram essencialmente idosos em lar), o que reduz a população imunizada para valores mais próximos do milhão e meio.

A considerar que a infeção ou a vacina trás imunidade eterna, ainda nos faltariam mais de oito milhões e meio de potenciais pessoas a infetar.

Se considerarmos que podem existir um a dois milhões de pessoas que se infetaram (e que não sabemos) teríamos seis a sete milhões e meio de pessoas que ainda podem ser infetadas entre a população portuguesa. Ou seja: ainda não chegámos ao meio da pandemia (no que diz respeito a número de infetados e/ou vacinados), podendo o seu final desenrolar-se, a partir de agora, de forma muito mais rápida, por aumento da imunidade por vacinação ou por infeção por redução dos cuidados de proteção e higienização.

A Norma 009/2020 da Direção Geral da Saúde, estabelecia que cada pessoa em residência tinha de ficar em quarentena de 14 dias de cada vez que saísse do meio em que estava inserido. Atualização da mesma Norma (para 009A/2020, em novembro de 2020), estabeleceu que quem saísse da estrutura residencial por menos de 24 horas não necessitava de ficar confinado. Pensava-se, na altura, em retomar consultas hospitalares, análises, estar um pouco com a família.

O CBESQ viu recentemente um aumento dos pedidos para sair das instalações. Os pedidos são efetuados com toda a legitimidade e as saídas até serão estimuladas. Mas há que ter atenção aos locais para onde se vai, os cuidados que se têm nas saídas. Os pedidos que o CBESQ está a ter dos seus utentes, à data, é, com todo o direito, para passeios ao ar livre, ida à Igreja, ida a consultas, mas, também, de ida a locais com mais pessoas e menos cuidados gerais de higienização (e menos necessidade de deslocação a tais locais) como supermercados, centros comerciais. A ida a estes dois grupos de locais é, geralmente, suprida pelo próprio CBESQ e, a não ser (por necessidade de algum produto específico), sugere-se que seja um familiar ou amigo a trazer o produto específico necessário, procedendo-se depois à desinfeção e entrega do que tiver sido recolhido nesse centro comercial ou supermercado.

É de recordar que:

1 – Ainda não temos metade da população infetada e/ou vacinada.

2 – Não há garantia de que a infeção ou a vacina produzam mais de três meses de imunidade.

Estes dois factos, são motivos suficientes para preocupação e para esperar novas vagas, tantas mais quanto menor for a imunidade que trás a vacina ou a infeção.

Considerando que as taxas de mortalidade dos infetados continuam entre os 2% e os 3% (na população em geral), os cuidados a ter devem manter-se, se não queremos voltar a ter hospitais com os cuidados intensivos cheios de doentes infetados com Covid (as médias de internamento em Hospital dos doentes com Covid é de 28 dias – com hospitais cheios, todo o tipo de urgência será negado, independentemente de ser por Covid, por acidente de viação ou por enfarte ou AVC).

Assim, por uma questão de bom senso, mas, infelizmente, também de lógica científica, apesar de ser permitido sair das estruturas residenciais por períodos até às 24 horas, é recomendado que não sejam frequentados espaços onde haja concentrações populacionais maiores, como o são os espaços comerciais, algumas ruas, por vezes locais de caminhada.

Não esquecer que podemos ficar, de novo, doentes ou – mesmo não ficando – levar a doença para outros, eventualmente mais débeis. Novos surtos em lares, entre pessoas que já não estejam imunes (a imunidade poderá durar apenas três meses, ainda não temos informação consistente do contrário), levarão a taxas de mortalidade de até 20% (a taxa de mortalidade entre os idosos é muito superior à da população geral – que é de 2-3% – de média etária mais baixa).

No que diz respeito às infeções por microrganismos, ao nos protegermos, não nos protegemos só a nós.

Obrigado pela compreensão.

Ao dispor.

António Branco Nunes

Médico do Lar do CBESQ

Especialista em Medicina Geral e Familiar

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