O mês de setembro foi designado, a partir de 2011, o Mês Mundial da Doença do Alzheimer, sendo o dia 21 o Dia Mundial da Doença do Alzheimer.
Em todo o Mundo, nesta altura do ano procura-se sensibilizar familiares/cuidadores e comunidade científica para esta temática tão delicada.
Esta doença é a forma mais comum de demência e representa entre 60 a 80% de todos os casos identificados. A Doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa caracterizada por uma deterioração global, progressiva e irreversível de várias funções cognitivas, nomeadamente, e entre outras, a perda de memória, da atenção, da compreensão e da linguagem. Estas deteriorações levam a alterações de comportamento, de personalidade e de funcionalidade, conduzindo a pessoa a uma dependência progressiva de terceiros.
A Doença de Alzheimer não pode ser considerada uma etapa normal de envelhecimento, apesar da idade ser o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença, nem pode ser igualmente considerada uma doença mental.
Na fase inicial é comum haver dificuldade em lembrar conversas recentes, eventos ou nomes, podendo haver alguma confusão, apatia e desorientação. Posteriormente, e com a progressão da doença, é possível existirem alucinações, desorientação espacial e temporal, e dificuldades para se alimentar, tomar banho e vestir.
Não existe ainda uma cura para a doença, embora tenham surgido algumas boas noticias de avanços nesta área, que levam a crer que tal possa acontecer num espaço temporal aceitável. Existe, no entanto, terapêutica que permite estabilizar, ainda que nas fases iniciais, a progressão da doença. Além da terapêutica farmacológica existe a terapêutica não farmacológica que passa pela estimulação cognitiva, exercício físico, musicoterapia, terapia assistida por animais, estimulação sensorial, treino das atividades da vida diária e psicoterapia.
A Doença de Alzheimer, tal como todas as doenças, requer tempo, trabalho, dedicação, paciência e acima de tudo sensibilidade para compreender que a pessoa não tem culpa do que lhe está a acontecer. É fundamental que, ao longo da doença, os familiares/cuidadores informais encontrem suporte emocional para lidar diariamente com as pessoas portadoras desta doença.
Estima-se que em 2050 existam cerca de 132 milhões de pessoas com esta doença. Assustadoramente, a cada 3 segundos uma pessoa no Mundo desenvolverá uma demência.
Diana Silva
Gerontóloga no CBESQ